Com este estudo pretende-se analisar a importância e o interesse na construção de colecções digitais em bibliotecas públicas portuguesas, bem como estabelecer as diversas etapas do processo conducente à sua concretização. Tomar-se-ão como ponto de partida os documentos cartográficos depositados na secção de “reservados” da Biblioteca Pública de Évora (BPE), Portugal. O estudo tem os seguintes objectivos:

  • 1 – Avaliar em que medida pode ser importante a disponibilização em suporte digital, de documentação rara e de acesso reservado aos utilizadores das bibliotecas públicas portuguesas, tomando como ponto de referência o seu interesse em Cartografia antiga.
  • 2 – Propor, de acordo com a realidade da Rede Nacional de Leitura Pública, linhas orientadoras para a disponibilização de documentos cartográficos históricos, das mais diversas origens, em formato digital.
  • 3 – Compreender qual a importância da colecção de Cartografia histórica da BPE, inicialmente reunida por Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas, no século XVIII, mas com incorporações posteriores.
  • 4 – Disponibilizar ao público, através de uma plataforma multimédia, os materiais cartográficos respeitantes à região do Alentejo contidos na secção de reservados da BPE, tomando como exemplo formatos já existentes.

O acesso e a divulgação das colecções cartográficas em Portugal é, no geral, bastante limitado, segundo as conclusões de Joaquina Feijão (2006), porque a maioria das instituições nacionais detentoras de mapas falham ao nível da descrição bibliográfica e divulgação pelas vias electrónicas. A maioria dos catálogos de materiais cartográficos é ainda manual, requerendo a presença do utilizador no espaço que detém a colecção. O principal ponto de contacto entre essas colecções e o público costuma ocorrer apenas em exposições, e através dos respectivos catálogos. No entanto, é necessário ter em conta que não é possível abarcar completamente as colecções cartográficas que existem em Portugal apenas por meio dos catálogos de exposições, que em regra são temáticas, de curta duração, e mostram unicamente uma selecção dos documentos considerados mais interessantes para o público (Feijão, 2006).

1. Bibliotecas Públicas e digitalização de colecções documentais

Relativamente ao caso português, existem dois institutos que são os maiores produtores de informação geográfica em Portugal, o Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) e o Instituto Geográfico Português (IGP), ambos mantendo vastas colecções de cartografia nas suas cartotecas, vocacionadas para a conservação da informação produzida e a divulgação da mesma. Em qualquer dos casos, existe o cuidado em constituir cartotecas digitais a partir dos seus universos documentais. Se, por um lado, isso se faz por questões de conservação de materiais antigos, sendo essa, por exemplo, uma das prioridades do Instituto Geográfico do Exército (Gomes, 2006), por outro também ocorre por uma questão de permitir a acessibilidade do público a materiais que de outra forma teriam o acesso restrito por questões de preservação e conservação (Camacho & Dias, 2006). A cartoteca e a cartoteca digital, assim como a venda de recursos digitais para GPS, por exemplo, representam então uma forma eficiente de divulgar a informação geográfica que o instituto produz.

Ao construir-se uma colecção de documentos digitalizados surge uma série de questões e problemas que merecem especial atenção: a questão da impossibilidade de manuseamento e edição informática de imagens de dimensões muito grandes para a construção das matrizes; a questão das marcas de água e tipos de papel que não são analisáveis nas imagens digitalizadas; a impossibilidade de analisar as tintas utilizadas nos documentos; a questão da utilização das ripas de madeira, documentos emoldurados, documentos colados em cartão; a questão dos textos, anotações, cotas antigas, que podem estar no verso do documento ou inscritos na pasta ou no quadro onde está preso, que devem ser também digitalizados, a fim de preservar ao máximo toda a informação presente em cada documento.

2. As Bibliotecas Públicas Portuguesas segundo bibliotecários e utilizadores

A partir da colecção de cartografia digital construída para a BPE surgiram algumas questões. Quais serão os documentos que importará digitalizar numa biblioteca pública? Se for um bibliotecário de uma biblioteca pública portuguesa a construir uma colecção digital, ou a coordenar a sua construção, quais serão os documentos que digitaliza, por que motivos, e de que forma? E o público, os utilizadores das bibliotecas públicas portuguesas, concordarão com as políticas de digitalização adoptadas?

A investigação levada a efeito e a colecção construída servem como exemplo das técnicas a utilizar e das dificuldades que se vão encontrar, independentemente do propósito com que é elaborada, do tipo de documentos que contém, da sua dimensão, e da sua estrutura. Para tentar clarificar esses aspectos, foram feitos alguns inquéritos junto de responsáveis directos de bibliotecas públicas e de utilizadores das mesmas.

Nos referidos inquéritos foi possível aferir quais os principais interesses dos utilizadores e quais as principais prioridades dos bibliotecários na gestão das suas colecções e serviços disponibilizados. Curiosamente, e após o confronto das respostas de uns e outros, é possível constatar que há bastantes divergências relativamente ao interesse e importância de muitos tipos de serviços e documentos.

Começando pela primeira questão dos inquéritos aos bibliotecários foi pedida opinião sobre a importância que atribuíam a uma série de tipos documentos. Aos utilizadores foi pedido, com base numa lista semelhante, que mencionassem qual a frequência com que consultavam os documentos, e seguidamente foi-lhes proposto, que analisassem a importância desses documentos. Começando pela importância atribuída aos documentos por ambas as partes, é fácil comprovar que as opiniões são coincidentes em quase todos os aspectos.

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Gráfico 1 – Confronto entre a importância atribuída por utilizadores e bibliotecários a alguns documentos 

Atentando ainda às percentagens de cada uma das respostas, é possível comprovar que a frequência com que os utilizadores consultam certo tipo de documentos nem sempre é coincidente com a importância que lhes é atribuída por eles próprios, assim como pelos bibliotecários.

No caso das fotografias e imagens da região envolvente, e nos restantes periódicos, acontece o inverso: são considerados como importantes pelos bibliotecários, mas são relativamente pouco consultados pelo público.

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Gráfico 2 – Relação entre a relevância de alguns documentos na opinião dos bibliotecários e a frequência com que são consultados 

A discrepância de opiniões nestes aspectos pode ter uma explicação bastante simples: os bibliotecários gerem a sua colecção de acordo com as normas da IFLA (1994), defendendo acima de tudo o património local, a conservação e divulgação da história local e dos fundos locais.

As opiniões relativamente à importância de alguns tipos de documentos para uma eventual colecção digital da biblioteca pública reflectem precisamente as mesmas tendências. A quarta questão de ambos os inquéritos pedia a utilizadores e bibliotecários que avaliassem uma série de elementos, tal como nas questões descritas anteriormente, mas no caso de uma biblioteca digital.

Há apenas a assinalar que os bibliotecários consideraram maioritariamente como muito importantes os periódicos regionais antigos, as obras literárias originais (dactilografadas/manuscritas) de autores regionais, as fotografias e imagens antigas da região envolvente, os mapas e plantas antigas da região envolvente, ao passo que os utilizadores apenas as consideraram maioritariamente como importantes.

Segundo a avaliação feita aos serviços em linha que as bibliotecas públicas podem disponibilizar, os utilizadores consideram ser o serviço com menos importância a newsletter periódica, seguida pelo catálogo em linha, sendo, no entanto, considerados pela maioria como importantes ou muito importantes. O programa e calendário das actividades da biblioteca, a página Web de apresentação da biblioteca (localização, história, contactos) e notícias e novidades de aquisições da biblioteca englobam, todos eles, cerca de 40% de opiniões como muito importante e outras tantas como importante.

Contrastando com isto, os documentos digitalizados ocupam o lugar de serviço em linha mais importante, seguidos pelo serviço de apoio. O serviço de referência em linha é também considerado, pela maioria, como importante ou mesmo muito importante.

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Gráfico 3 – Relação entre o estado de implementação de alguns serviços em linha e a opinião dos utilizadores sobre a sua importância 

Resta apenas discutir uma última questão colocada aos utilizadores, que pretendia aferir a frequência com que consultam materiais cartográficos de diversos tipos. Os mapas mais consultados pelos inquiridos são no formato electrónico, como o Google Earth, Google Maps, Viamichelin, Microsoft Live! Maps, ou semelhantes. Seguem-se os GPS e os mapas de estradas, também bastante utilizados, sendo que os roteiros turísticos e os guias de viagem, embora obtendo um número significativo de respostas indicando que são muito utilizados. Isto demonstra, conjuntamente com o que responderam na primeira questão, onde se aferia qual a frequência com que estes e outros documentos eram consultados no espaço das bibliotecas públicas, que não é no espaço das bibliotecas públicas que se procuram informações geográficas.

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Gráfico 4 – Relação entre a frequência com que os utilizadores das bibliotecas públicas consultam instrumentos cartográficos e a frequência com que o fazem no espaço da biblioteca pública

Sintomático desta assimetria é também a grande importância dada aos mapas em linha. Tal como parece ser claro que os utilizadores querem mais recursos documentais electrónicos, procuram também recursos cartográficos electrónicos. A massificação da Web alterou muitos dos hábitos na procura de informação das populações, e como tal alterou os hábitos dos utilizadores das bibliotecas públicas. Através dos inquéritos realizados, é possível compreender que estas alterações não foram, na sua totalidade, acompanhadas pelas bibliotecas públicas.

Relativamente aos utilizadores de bibliotecas públicas inquiridos, no caso dos materiais cartográficos, preferem, se possível, aceder a essas informações remotamente e em formato digital.

3. As Colecções Cartográficas da Biblioteca Pública de Évora

O presente estudo centra-se no estudo de um tipo específico de documentos, os mapas, em particular os da BPE, que possui aproximadamente 600 exemplares de diferentes regiões, épocas e origens. Cerca de metade dos mapas são de Portugal e das ex-colónias, e a outra metade pertencente ao resto do Mundo. É de assinalar que, ainda hoje, esta é a divisão feita no catálogo da BPE, que se reflecte na seguinte organização: Cartas Geográficas de Portugal – Continente, Açores, Angola, Cabo Verde, Guiné, Índia, Macau e Timor, Madeira e Porto Santo, Moçambique, S. Baptista de Ajudá, S. Tomé e Príncipe; Cartas Geográficas (Resto do Mundo) – África, América, Ásia, Europa, Oceânia, Cartas Várias.

Estes temas estão repartidos por dois cadernos manuscritos, e dentro de cada separação o catálogo encontra-se organizado por ordem alfabética, mas limita-se a assinalar os títulos dos mapas, os nomes dos autores, e em alguns casos, as escalas e as dimensões dos mapas. Todo o catálogo padece de qualquer tipo de norma de descrição, ou de qualquer tipo de uniformização, o que leva a concluir que tenha sido feito um pouco ao acaso e em momentos diferentes. Isto reflecte as distintas etapas da vida da BPE desde a sua fundação. Para além dos muitos mapas incorporados e adquiridos desde cedo pela biblioteca, uma quantidade significativa de documentos cartográficos disponíveis na BPE chegou juntamente com a Biblioteca Manizola, algo que é fácil de comprovar pelas cotas antigas dos documentos.

Em relação ao resto dos documentos da BPE referentes a Portugal e às ex-colónias, a grande maioria são exemplares do século XX, entre mapas de estradas, mapas escolares, cartas corográficas ou cartas geológicas. No caso dos mapas do “Resto do Mundo”, segundo a organização da BPE, são na sua maioria impressos e, entre eles, uma significativa quantidade editados no século XVIII sobre o território europeu, representando quase metade do universo.

4. Construção da colecção cartográfica digital da Biblioteca Pública de Évora

Para que se chegasse ao resultado final do trabalho foi necessário passar por várias etapas. Em cada uma delas seria possível adoptar diversas soluções, todas válidas, pelo que será importante descrever em pormenor quais foram as soluções adoptadas para cada um desses passos.

a) Inventariação
A primeira etapa do trabalho consistiu em realizar um levantamento de todos os mapas cuja existência fosse conhecida pela BPE. O primeiro obstáculo com que os utilizadores da BPE se deparam, ao quererem consultar mapas, são os próprios instrumentos de busca, o catálogo existente, ou melhor, o conjunto de catálogos. São três macetes manuscritos e um caderno dactilografado, sem qualquer tipo de preocupação em respeitar normas de descrição bibliográfica e sem actualizações há várias dezenas de anos. Acumulam-se neles referências a mapas repetidos, muitas cotas antigas ou trocadas. Tentou-se ainda, nesta fase, aceder aos registos de entradas de obras na BPE, o que poderia facilitar sobremaneira o acesso às obras que não constassem dos catálogos existentes, mas o acesso a tais registos foi impossível pelo simples motivo que ao longo dos anos muitos documentos não foram sequer registados, ou simplesmente não se sabe onde se encontram os livros de registo referentes a diferentes épocas. Assim sendo, não há uma forma definitiva de saber, ao certo, se faltarão nessas listas documentos do acervo da instituição, documentos esses que estarão assim perdidos nos depósitos. A prová-lo foram encontrados, já na fase da digitalização, cerca de uma vintena de documentos cartográficos que não estavam referenciados em nenhum dos macetes ou no caderno dactilografado. De qualquer forma, com esses elementos compilados, fez-se uma nova lista que reuniu todos os mapas referenciados, eliminando os que estavam repetidos, que foi o inventário possível de construir com os meios existentes.

Os mapas estão divididos, em dois dos macetes, por classificação geográfica, sendo que um deles contém os mapas referentes a Portugal, incluindo as províncias ultramarinas, o outro, mapas do resto do Mundo, divididos por continentes: África, América, Ásia, Europa, Oceânia, Cartas Várias. O terceiro macete tem apenas mapas que já estavam listados nos dois anteriores, mas organizados alfabeticamente por autor-título, faltando, no entanto, muitos dos que estavam enumerados nos outros dois. Por último, no caderno dactilografado são poucas as referências a mapas, comparativamente à dimensão total da colecção, na sua maioria também repetidos dos primeiros dois macetes.

Por uma questão de organização, manteve-se a estrutura encontrada nos macetes que tinham os mapas divididos geograficamente. Dentro dessas divisões estavam organizados alfabeticamente por título. Posteriormente, o próprio catálogo construído no decorrer desta investigação reflecte também essa organização, sendo que, de qualquer modo, essa se dissolve quando o catálogo passa para o formato digital no Porbase, programa utilizado para a catalogação na BPE.

Outro obstáculo com que os utilizadores se deparavam consistia na própria consulta dos mapas. Parte dos documentos estava em localização incerta, alguns em arrumação que não correspondia às suas cotas, outros não tinham qualquer tipo de cota e foram encontrados no decorrer da investigação por mero acaso, sendo que foram posteriormente adicionados ao inventário feito a partir dos macetes e do caderno. De qualquer forma, após concluído o processo de inventariação do que se conhecia, passou-se à digitalização dos mapas. Antes de descrever esse processo, acrescenta-se aqui a contagem de mapas listados nos macetes e dos mapas encontrados na BPE.

b) Digitalização
Os mapas foram assim digitalizados num scanner A0, utilizando como definições para todas as imagens a qualidade máxima permitida pelo aparelho, 400 dpi, resolução à escala real, e imagens gravadas no formato .TIFF sem qualquer compressão. Foi esta a orientação sugerida pelo Departamento de Informática da Universidade de Évora, pois segundo as suas informações, com estas definições de imagem assegura-se a maior qualidade possível com os meios existentes.

Parte dos mapas digitalizados eram maiores que o scanner A0, motivo que levou a que tivessem que ser digitalizados em várias partes. Devido ao tamanho em disco das imagens, é muito difícil, do ponto de vista técnico, alterá-las, pois seria necessário uma enorme capacidade de processamento ao nível do computador a utilizar para fazer as edições de imagem e colar as partes separadas, corrigir a orientação das imagens, cortar partes que não interessam. Assim sendo, seguindo o que o Departamento de Informática da Universidade de Évora sugeriu, deixaram-se as imagens .TIFF sem qualquer edição também.

Um dos primeiros problemas que se coloca quando se faz uma colecção digital é o das imagens finais perderem informação em relação aos originais. Um aspecto em que isso acontece é nas marcas de água, do papel, que não ficam nunca registadas nas digitalizações. Isso é relevante nos casos em que, por exemplo, se atribui uma data a um documento com base na sua marca de água.

Outro problema relevante nas digitalizações é o dos mapas com uma dimensão muito grande, como por exemplo acontece com Aqueducto da Água da Prata: planta, que mede 179,5 x 480,5 cm. A matriz do mapa ficou em diversos ficheiros, em vez de ficar apenas numa imagem no formato .TIFF. Isto porque a manipulação informática de imagens destas dimensões é extremamente difícil com os meios disponíveis, senão mesmo impossível, dado o espaço em disco que ocupam. Isto significa que a única forma encontrada para disponibilizar ao público o documento digitalizado numa única imagem consiste em fazer a conversão das diferentes imagens que compõem a matriz para um formato com compressão, como o .JPEG, que já é facilmente manuseável por um programa de edição de imagem, fazendo posteriormente as colagens necessárias.

Um outro problema consiste na apresentação do mapa no ecrã do computador. Dada a sua dimensão, é impossível observar com detalhe suficiente o documento de uma só vez, sendo que há sempre a necessidade de observar o mapa por partes, aproximando a imagem através de zoom. Isso significa que a imagem tem que ter uma resolução muito alta para que o utilizador consiga ler os pormenores. Mesmo num formato comprimido como o .JPEG, uma imagem com estas características ocupa muito espaço em disco, o que torna moroso o processo de carregamento do mapa através da Internet até aos computadores dos utilizadores.

Uma possível solução para imagens com estas características, conforme foi referido, é a utilizada pela BND (disponível em http://purl.pt), que consiste na divisão das imagens em várias imagens mais pequenas, como se se tratasse de peças de um puzzle, permitindo que se visualize apenas cada uma das partes de cada vez. Isso elimina a necessidade de fazer zoom para as diferentes partes do mapa, assim como o problema posto pelo tempo de carregamento necessário para visualizar a imagem completa. A única desvantagem desta solução consiste em deixar de ser possível visualizar a imagem inteira de uma só vez com o mesmo grau de resolução. A BND tem também uma solução para esse problema, que consiste em ter imagens completas do mapa, mas de resolução inferior, o que permite visualizar a imagem completa sem comprometer o tempo de carga.

No sítio do IGP, na secção de consulta de Secções Cadastrais (disponível em  http://www.igeo.pt/servicos/cic/cad_seccoes.asp) foi utilizada uma técnica parecida com a utilizada na BND, mas um pouco mais elaborada. Quando o utilizador selecciona um mapa para visualizar, é-lhe apresentada uma imagem do mapa completo, a baixa resolução. Se o utilizador quiser aproximar a imagem, é-lhe apresentado um recorte em resolução mais alta da área que escolheu visualizar, que é, no fundo, um recorte da imagem de alta resolução, tal como os utilizados pela BND. É até possível aproximar a imagem ainda mais, o que faz com que surjam no ecrã recortes cada vez mais pequenos, de resolução cada vez mais alta, mas que não implicam qualquer perda de tempo a carregar os ficheiros, para além de não haver restrições na qualidade das imagens que o utilizador pode visualizar.

Existe também o problema levantado pelos mapas parietais entelados que se encontram pregados a ripas de madeira. Para digitalizar estes mapas no scanner há duas hipóteses: destacar o documento e, depois da operação, voltar a pregar as ripas de madeira, ou então digitalizar o mapa como está. Optou-se pela segunda opção, por dois motivos: em primeiro lugar, porque há sempre o risco de danificar o material; em segundo lugar, porque a própria BPE não autorizou o desmantelamento dos mapas.

Esta decisão levanta um problema que é, até certo ponto, alheio à digitalização, mas que implica a perda de alguma informação sobre o documento: em todos os mapas da BPE que se encontram fixos a ripas de madeira estas sobrepõem-se em alguns centímetros da folha do mapa. Se isso não parece ser grande problema no caso de mapas que têm margens grandes, no caso daqueles em que a folha é pouco maior que a esquadria do mapa é muito provável que se perca informação, particularmente, aquela que se costuma encontrar junto aos cantos inferiores: indicação do gravador, do editor, da litografia ou tipografia, etc. Não foi mesmo possível apurar se, em alguns casos, a madeira estaria a ocultar informação tão relevante como a autoria ou a data.

A digitalização dos mapas parietais implica algumas dificuldades: o papel não fica esticado, pois não fica prensado correctamente; a imagem fica mais escura, pois o papel não fica encostado ao vidro do scanner. Para resolver o primeiro problema pouco há a fazer, excepto tentar esticar ao máximo o mapa antes mesmo de o colocar na prensa e fazer várias tentativas de digitalização até que a imagem fique correcta. Para resolver o segundo basta aumentar ligeiramente o valor de gamma no programa de digitalização para um nível que permita a imagem ficar com a clareza correcta, como se tivesse sido digitalizada junto ao vidro. O valor a aumentar depende do scanner, do programa utilizado, do próprio mapa a digitalizar, da distância entre o papel e o vidro, causado pela espessura das ripas de madeira, pelo que este valor de gamma deve ser encontrado caso a caso por um processo de tentativa e erro.

Todo este processo deve ser feito antes de digitalizar a imagem, pois só assim a imagem .TIFF que vai servir posteriormente de matriz ficará com a qualidade máxima e sem qualquer necessidade de edição posterior, que, como já se referiu anteriormente, pode ser impossível ou obrigar a perda de qualidade da imagem. Há finalmente mais uma questão levantada pela digitalização de mapas como estes: as ripas de madeira não são digitalizadas com o resto do documento, ou mesmo que o sejam, são impossíveis de analisar através de uma digitalização. A sua própria existência pode ser importante para compreender a história do documento, a análise da madeira ou da tinta ou verniz com que está pintada pode ser importante, e isso não pode ser feito apenas através das digitalizações.

Muitas vezes, no verso dos documentos, encontra-se informação que pode ser importante: palavras, textos ou desenhos manuscritos, cotas antigas, anotações e assinaturas dos anteriores proprietários, entre outras. Todos estes elementos foram digitalizados no decorrer do projecto, em todos os mapas da BPE, para que não se perdesse algum destes elementos.

Se esta operação é fácil de realizar nos mapas que se encontram figurados apenas na sua folha de papel, já não o é em mapas que se encontram entelados ou fixos a suportes de outra forma. Nestes casos, é impossível saber se está alguma informação importante inscrita no verso, pois a remoção da tela ou cartão implicaria, provavelmente, a sua destruição.

Por último, há ainda o caso dos mapas emoldurados, nos quais também não é visível o verso. Na BPE existem cinco destes mapas, todos eles em molduras que não foi possível remover. A operação, se realizada, implicaria que se tivesse que voltar a colar o verso da moldura. Há também que ter muito cuidado ao remover o mapa da moldura, pois muitas vezes encontra-se colado ao vidro pela humidade, por exemplo. Nos casos que surgiram na BPE optou-se por digitalizar o mapa dentro da moldura, tal como se fez nos casos anteriormente descritos, ajustando-se também o nível de gamma nestes casos, para que a imagem ficasse com as cores e claridade correctas.

c) Descrição Bibliográfica
Após a digitalização dos documentos foi necessário descrevê-los bibliograficamente. Esta etapa do trabalho refere-se aos mapas em si, no seu suporte original, não ao tratamento dos documentos digitais, que poderia também ter sido equacionada como hipótese de trabalho.

Descreveram-se os mapas que foram digitalizados não porque importava acrescentar esses documentos ao catálogo da BPE mas sim porque os próprios mapas em papel estavam por catalogar correctamente já que, como referido, apenas existiam as listas manuscritas e dactilografadas. Estas enfermavam de problemas: descrição não normalizada, pois a existente não respeitava qualquer tipo de norma bibliográfica; catalogações incoerentes, visto o catálogo ser manuscritas, feitas em momentos distintos, por pessoas diferentes. As referências eram também bastante incompletas, pois em praticamente todos os registos faltava algum elemento.

Outro dos problemas que colocavam estes velhos catálogos prende-se com o facto de os mapas não estarem inseridos no catálogo digital da BPE. Desta forma, foi necessário também descrever os mapas em formato UNIMARC, para o que se usou o programa Porbase, o programa adoptado para catalogação na BPE. Assim, construiu-se uma base de dados apenas com o universo cartográfico, que foi entregue à BPE juntamente com as digitalizações, com o intuito de permitir a sua posterior incorporação na base de dados geral existente na instituição, assim como a respectiva incorporação no catálogo digital e no catálogo em linha disponibilizados na respectiva página Web.

Relativamente à norma de descrição bibliográfica de materiais cartográficos utilizada para os mapas da BPE, esta foi feita de acordo com a ISBD (CM) (International Standard Bibliographic Description for Cartographic Materials). Feijão (2006) alude para uma série de problemas existentes ao nível da normalização para estas descrições. O primeiro prende-se com o facto da ISBD (CM) estar desactualizada, já que a sua última edição remonta a 1987 (IFLA, 1987), encontrando-se ainda em discussão a sua revisão (IFLA, 2004). Este facto leva a que se tenha que recorrer a outras ISBD para conseguir descrever bibliograficamente certos documentos. A IFLA preconizou que todas as ISBD estivessem em conformidade com a ISBD (G) (General International Standard Bibliographic Description), que determina as normas gerais de descrição bibliográfica para qualquer tipo de documento, para que fossem complementares entre si, e não estanques. O problema é que este facto não contribui para a normalização das descrições, pois cada instituição determina, ao seu critério, como descrever em certas situações. É de esperar que, para colmatar as falhas actuais da ISBD (CM), se tenha que recorrer à ISBD (A) (International Standard Bibliographic Description for Older Monographic Publications (Antiquarian)), no caso de documentos antigos, e à ISBD (ER) (International Standard Bibliographic Description for Electronic Resources) no caso dos documentos electrónicos.

No caso português, em particular, há ainda um outro problema acrescido. As Regras Portuguesas de Catalogação (RPC) em vigor, que remontam a 1984 (RPC, 1984), prevêem as regras para a descrição bibliográfica de monografias e de periódicos, e aguardam até hoje pela publicação do seu segundo volume, onde estariam as regras para a descrição do material não-livro, onde se inclui o material cartográfico. O mais correcto, segundo Feijão (2006), é usar a ISBD (CM), auxiliada pelas outras ISBD se necessário, visto não haver ainda uma norma nacional que oriente na descrição destes materiais.

d) Os documentos em formato electrónico
Após as digitalizações dos mapas e a redacção das respectivas descrições bibliográficas tornou-se finalmente possível organizar todo o material de forma a poder construir uma colecção inteiramente digital. Colocou-se nesta etapa o problema da disponibilização das imagens em linha, visto que as digitalizações feitas estavam gravadas no formato .TIFF, a 400 dpi, sem compressão, o que significa que há mapas que ocupam vários gigabytes de espaço em disco, o que as tornava impossíveis de usar numa página Web.

Para quantificar um pouco o mencionado, uma imagem A0 a 400 dpi digitalizada no scanner disponível ocupa pouco mais de 700 megabytes, o que faz com que uma única imagem não caiba num CD de dados. Seria de todo impossível, como é lógico, colocar imagens neste formato numa página Web, pois o tempo de carregamento das mesmas seria da ordem das várias horas, mesmo com uma boa ligação de banda larga. Outro problema deste formato era a dificuldade em editar as imagens, como já se referiu anteriormente, pelo que não se poderia, por exemplo, colar numa só imagem os vários ficheiros que tiveram que ser criados para digitalizar os mapas que não cabiam no scanner A0. Em qualquer computador pessoal, por mais actual que seja, trabalhar com uma imagem de 700 megabytes é já uma tarefa muito difícil, tornando-se completamente impraticável trabalhar com várias imagens desse mesmo tamanho.

Tendo todos estes problemas em conta, a conselho do Departamento de Informática da Universidade de Évora, definiu-se que haveria lugar a diversas conversões das imagens digitalizadas, cada uma com o seu fim.

A primeira conversão consistiu em passar as imagens para um formato onde perdessem o menos possível de qualidade mas onde ficassem a ocupar menos espaço em disco. Passaram-se assim as imagens sem compressão para o formato .JPEG, mantendo a resolução e a qualidade da cor originais, mas com o máximo possível de compressão do ficheiro, o que resultou em imagens que ocupam dez vezes menos que as originais mas com diferenças quase imperceptíveis à vista humana. Embora sejam ainda de tamanho considerável, da ordem dos 70 megabytes para uma imagem A0, já permitem edições ao ficheiro em qualquer computador pessoal com menos de quatro ou cinco anos, o que significa que nestas imagens já é possível cortar partes que não interessam, fazer a colagem de mapas que ficaram divididos em diferentes imagens, rodar para outra posição os mapas que tiveram que ser digitalizados na vertical, quando não cabiam no scanner, aumentar ou diminuir a luminosidade das imagens, entre outras tarefas.

Apenas se converteram para este formato os mapas que foram utilizados na construção do sítio Web, ou seja, os mapas que dizem respeito à região do Alentejo. Estas imagens estão disponíveis para descarregar e permitem ver com grande detalhe todo o mapa, sendo possível ampliar no ecrã as diversas partes do mesmo até níveis consideráveis de pormenor. Ainda são, no entanto, relativamente pesadas para incluir nas próprias páginas do sítio Web, pois apenas com uma ligação de banda larga muito boa se poderiam visualizar estas imagens dentro do próprio sítio Web sem perder muito tempo a carregar cada página.

Posteriormente, converteram-se as imagens uma segunda vez para o formato .JPEG, mas redimensionadas para terem apenas 1024 pixéis de resolução horizontal. Tal escolha foi motivada pelo facto de ainda hoje ser esse o formato mais utilizado na largura das páginas Web, o que por sua vez se justifica por ser essa até há pouco tempo, a norma da resolução da maioria dos monitores.

Estas imagens têm a vantagem de se poderem visualizar em ecrã completo, sem diferenças ao nível da qualidade, quando comparadas com as anteriores, sendo que essa diferença entre elas apenas reside no facto de as imagens a 1024 pixéis não serem indicadas para ver em detalhe alguma parte específica da imagem. A qualidade ao nível da cor ficou inalterada, mas o facto de a resolução ser muito menor torna estas imagens muito mais pequenas ao nível do espaço em disco, não ocupando mais que 550 kilobytes, o que as torna ideais para visualização enquanto se navega.

A última conversão serviu para criar as imagens em miniatura, a colocar na página Web, as chamadas thumbnails. Estas imagens servem essencialmente para fazer uma pequena pré-visualização da imagem à qual se pode aceder se clicarmos na própria miniatura, isto já dentro dum navegador como o Internet Explorer.

5. Os mapas do Alentejo: construção de um sítio Web

Foram escolhidos para a construção da pequena colecção digital de mapas do Alentejo pertencentes à BPE, 25 documentos que de alguma forma figuram o Alentejo ou partes dele. Para caracterizá-los no seu conjunto, serão apontados os elementos comuns ou de diferenciação, tal como se fez para a construção do sítio Web, aquando da elaboração dos índices que o compõem; para os comentar individualmente foram seguidos os diferentes campos da descrição bibliográfica de material cartográfico propostos na ISBD (CM) (IFLA, 2007). Apresentam-se aqui apenas três exemplos.

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CARTA TOPOGRAFICA DO SITIO AONDE FOI A BATALHA CHAMADA DO CAMPO DE OURIQUE NO AN: DE C.TO 1139
Carta topografica do sitio aonde foi a batalha chamada do campo de Ourique no an: de C.to 1139. – Escala [ca. 1:30000] – [ s. d.]. – 2 plantas: ms., p&b; 38,3×28,0 cm em folha de 44,5×34,5 cm; 38,5×24 cm. – Contém anotação onde se lê: “Foi tirada de hum mappa, que dizem ser Original”. – Contém escala gráfica de [9,0 cm] = meia légua.

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ÉVORA
Évora: Brinde aos assinantes da revista “Transtagana”. – Escala [ca. 1:7000] – [Évora: s. n.], 1925. – 1 planta: p&b; 21,0×19,5 cm em folha de 25,0×22,0 cm. – Contém escala gráfica de 200 m. = [2,8 cm.]

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FRONTEIRA DO GUADIANA
[Fronteira do Guadiana]. – Escala [ca. 1:270000], 3 léguas [18 ao grau] = [6,8 cm]. – [1675-1729]. – 1 mapa: ms, p&b; 22,0×31,0 cm. – Data atribuída a partir da marca-de-água

A apresentação dos mapas ao público tornou-se possível através da construção de um sítio Web. Este foi feito totalmente em Microsoft FrontPage, e embora tenha um aspecto minimalista está estruturado de forma a ser tanto quanto possível funcional. Poderá ser possível fazer algo semelhante seguindo este modelo que abranja todos os mapas da colecção, mas há aqui também o objectivo implícito de demonstrar que qualquer biblioteca consegue fazer uma colecção digital de forma fácil e pouco dispendiosa, mesmo as bibliotecas públicas com poucos documentos sobre o seu território.

A colecção é formada por mapas manuscritos e impressos, do século XVII ao século XX, de diferentes escalas e dimensões, indo desde as plantas de edifícios a mapas completos da província do Alentejo.

No caso da página construída para a BPE, optou-se por elaborar uma página inicial que subdividisse os documentos não por tipos mas pelos diferentes campos descritos. Fez-se assim a página de entrada com as seguintes listas alfabéticas de: Títulos, Autores, Datas de Edição ou Elaboração, Locais de Edição, Editores e Impressores, Manuscritos, Plantas de Edifícios e de Localidades, Mapas de Concelhos e Distritos, e Mapas de Portugal.

Optou-se por esta solução e não por colocar um motor de pesquisa, que procurasse por temas dentro das próprias descrições bibliográficas dos materiais cartográficos de forma inteligente, pelo facto de o universo em estudo ser pequeno e não justificar a programação de uma ferramenta complexa. No entanto, no caso de uma biblioteca querer apresentar uma colecção de maior dimensão, um motor de busca já se justifica.

Atendendo aos inquéritos, quando necessitam de mapas, os utilizadores suprem as suas necessidades através da consulta dos sítios mencionados, não vendo interesse na consulta de materiais nas bibliotecas. O que se tentou fazer através destes exemplos foi dar a conhecer algo de novo, que são os mapas antigos e pela maioria desconhecidos, comparando-os com algo que o público conhece e consulta com alguma regularidade, os mapas actuais e as fotos de satélite.

6. Conclusão

Este estudo partiu de um problema sentido entre as bibliotecas públicas portuguesas: a ainda restrita disponibilização digital, de informação e documentos que se conservam nos seus acervos, particularmente os cartográficos, quando se desejam alcançar mais vastos e diversificados públicos. Elas não parecem responder de forma totalmente satisfatória às necessidades dos leitores, o que se confirmou pelo confronto dos inquéritos realizados e sobre os quais se reflectiu.

O estudo teve também o intuito de ser útil para investigadores e o público em geral. Não se limitou a apontar falhas e propor linhas orientadoras para as ultrapassar, mas apostou na prática ao tentar solucionar um dos problemas da Biblioteca Pública de Évora, o da descrição bibliográfica e digitalização da sua colecção cartográfica. Foi também uma forma de demonstrar uma possível hipótese, no trabalho de migração de documentos e serviços ou biblioteconómicos para o ambiente digital. Ficou também patente a ideia de cooperação entre instituições, como foi o caso da Universidade de Évora e da Biblioteca Pública de Évora, ao construir-se uma pequena colecção digital e ao testar os métodos a utilizar para a colocar em linha, assim como orientar quem queira construir uma colecção em linha de dimensões e complexidade superiores. A bibliografia consultada, o trabalho prático realizado, os inquéritos feitos a bibliotecários e utilizadores de bibliotecas, tiveram como finalidade fazer essa comparação entre teoria e prática, o que se diz que deve ser feito e o que efectivamente pode ser feito, o que deve existir e o que, de facto, existe.

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